quinta-feira, setembro 28, 2006

A islamita Kuala Lumpur

Atravessando o país por uma auto-estrada com 4 faixas, as recordações das sinuosas estradas do Laos e Cambodia não poderiam ser mais doces, onde os factores velocidade e conforto eram substituidos pela paciência e introspecção. Apesar do modernismo da estrada, as palmeiras continuam a circundá-la dando uma tropicalidade ao local.
Com o aproximar da cidade, avisto duas grandes torres que se distinguem dos outros arranha-céus. São elas as emblemáticas Petronas Twin Towers, segundo edifício mais alto deste planeta e mundialmente conhecido pelo papel que tem no filme "Entrapment". A rodeá-las temos toda a tecnologia asiática, com os extravagantes "skyscrapers" que ao contrário dos até agora encontrados, têm um carisma e identidade própria, que advêm da sua arquitectura muçulmana, onde o branco e as estrelas predominam, nunca nos permitindo esquecer qual a religião predominante no país.
A religião islâmica é tão patente que têm a mesquita mais importante do sudeste asiático; o educativo Islamic Arts Museum; e até na inglesa Merdeka Square conseguiram conjugar alguma da sua arte através do palácio do Sultão.
Passear pela cidade é fácil, não sendo muito ampla, surgindo esporadicamente alguns contratempos, devido ao seu irregular planeamento geométrico, mas que são rapidamente resolvidos com um olhar para o céu em busca das Twin Towers.
Apesar de se considerar uma metrópole, gostei bastante de Kuala Lumpur e da sua fauna urbana que lhe permite num só dia comer Curry acompanhado por uma imensidão de cores na Little India; regatear e comprar quase tudo na apinhada ChinaTown; descansar nos seus amplos parques; e beber uns dispendiosos copos em qualquer bar da cidade ao som de Reggae ou Karaoke.
Para além de toda esta harmonia, creio que o hostel "Le Village" alegra ainda mais o local, com a sua decoração indiana e prestáveis empregados, não admirando que seja o albergue mais procurado da cidade. Na sua concorrida sala de estar encontrei dois aventureiros portugueses (embora já estivessem de partida); conheci muitos tarados, em especial uma estilista canadiana sempre sorridente; e reencontrei Sarah, que já tinha conhecido em Kunming e que tomou conta de mim nestes difíceis dias.
E porquê difíceis?
Agora que já estou recuperado e não podendo assustar os meus familiares, posso contar que houve certos momentos nesta viagem que passei mal, muito mal mesmo, nomeadamente em Kuala Lumpur, onde os "side-effects" da pastilha da malária me deixaram sem apetite, com tonturas, "rashes" e alguma insatisfação. Foram horas complicadas até ser aconselhado pela minha babysitter Sarah a deixar essa malograda droga.
Voltando a Kuala Lumpur e à Malásia, penso que nunca consegui inteirar-me da sua gente, pois continuam-me todos a parecer indianos, não os conseguindo distinguir dos originais.
PS - Como estraguei a máquina digital em Krabi, as fotos da Malásia estão em rolo normal, não podendo aqui ser expostas.

2 Comments:

Blogger El-Gee said...

"Sarah, que já tinha conhecido em Kunming e que tomou conta de mim nestes difíceis dias."


que subtil!

5:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mais uma vez, obrigado el-gee...

9:10 da tarde  

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