segunda-feira, setembro 11, 2006

Vientiane a cidade fantasma






Mais uma vez, madrugámos para apanhar o avião para Vientiane, capital do Laos. O Sabido estava muito nervoso e preocupado com esta viagem pois não confiava na maravilhosa companhia que é a Lao Airlines, nem estava seguro quanto a estadia no país mais bombardeado do mundo e onde, supostamente, homens armados se passeiam pelas suas ruas.
Tal como os vizinhos Cambodia e Vietnam também o Laos teve uma violenta guerra, a única diferença é que foi algo totalmente abafada e escondida pelos EUA. Durante 8 anos, os pobres habitantes deste longínquo país, foram bombardeados por aviões americanos, tripulados por homens que depois das descargas, vestiam-se a civil e passeavam livremente pelos locais que tinham acabado de destruir. Devido a tal atrocidade, ainda mais sem razão aparente, pois a guerra americana era com o Vietnam, o país encontra-se demasiado atrasado em relação aos seus vizinhos, mas não por isso, menos interessante e deslumbrante.
Diria mesmo que foi o povo mais acolhedor até a data, com toda a sua mentalidade de "easy-going" e "carpe diem" os problemas de ser regido por um comunista e ter recolher obrigatório as 23 horas parecem factores demasiado insignificantes para ensombrar a visita.
Chegados a Vientiane, num domingo, a estupefacção foi geral ao encontrarmos uma cidade/capital fantasma, sem nenhum dos seus 200 mil habitantes nas ruas, que diga-se não são mais de vinte, fazendo-me lembrar a interior vila portuguesa de Veiros, enquanto ao Sabido, todo aquele sossego o tornou melancólico e com saudades de casa.
Por mais dois dias passeamos por esta invulgar capital, que se manteve inabitada, facilitando ainda mais as nossas deambulações. As visitas aos tradicionais templos; o consumo nos seus mercados; as fabulosas iguarias que nos fizeram esquecer onde estávamos; e os copos no escuro e mal frequentado bar/pub preencheram esses melancólicos (Sabido), mas saborosos dias.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Depois de um verão sem acesso á internet lá consigo ter tempo para ler as tuas loucuras.
Mais uma vez fico impressionado com a tua capacidade de te orientares sozinho nessas terras confusas e perigosas. Acho piada a maneira como concilias tudo, tanto estás a beber copos com os teus amigos internacionais (como ilustram as fotografias) como estás a visitar locais inimaginaveis e espectaculares. Só foi pena nao teres ido tomar um café com o Henrique Calisto, de certeza que ficavas com alguma imrpessao do futebol vietnamita! Enfim, muitos parabens por essa tua epopeia que contudo devia acabar em Moscovo... Grande abraço

2:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Veiros.........

Muito bom. Fiquei com uma ideia muito mais real do que estás a ver...

Obrigado Luís por me lembrares dessa pequena povoação que dorme 24 horas por dia!!

7:29 da tarde  

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