Vientiane a cidade fantasma





Mais uma vez, madrugámos para apanhar o avião para Vientiane, capital do Laos. O Sabido estava muito nervoso e preocupado com esta viagem pois não confiava na maravilhosa companhia que é a Lao Airlines, nem estava seguro quanto a estadia no país mais bombardeado do mundo e onde, supostamente, homens armados se passeiam pelas suas ruas.
Tal como os vizinhos Cambodia e Vietnam também o Laos teve uma violenta guerra, a única diferença é que foi algo totalmente abafada e escondida pelos EUA. Durante 8 anos, os pobres habitantes deste longínquo país, foram bombardeados por aviões americanos, tripulados por homens que depois das descargas, vestiam-se a civil e passeavam livremente pelos locais que tinham acabado de destruir. Devido a tal atrocidade, ainda mais sem razão aparente, pois a guerra americana era com o Vietnam, o país encontra-se demasiado atrasado em relação aos seus vizinhos, mas não por isso, menos interessante e deslumbrante.
Diria mesmo que foi o povo mais acolhedor até a data, com toda a sua mentalidade de "easy-going" e "carpe diem" os problemas de ser regido por um comunista e ter recolher obrigatório as 23 horas parecem factores demasiado insignificantes para ensombrar a visita.
Chegados a Vientiane, num domingo, a estupefacção foi geral ao encontrarmos uma cidade/capital fantasma, sem nenhum dos seus 200 mil habitantes nas ruas, que diga-se não são mais de vinte, fazendo-me lembrar a interior vila portuguesa de Veiros, enquanto ao Sabido, todo aquele sossego o tornou melancólico e com saudades de casa.
Por mais dois dias passeamos por esta invulgar capital, que se manteve inabitada, facilitando ainda mais as nossas deambulações. As visitas aos tradicionais templos; o consumo nos seus mercados; as fabulosas iguarias que nos fizeram esquecer onde estávamos; e os copos no escuro e mal frequentado bar/pub preencheram esses melancólicos (Sabido), mas saborosos dias.
2 Comments:
Depois de um verão sem acesso á internet lá consigo ter tempo para ler as tuas loucuras.
Mais uma vez fico impressionado com a tua capacidade de te orientares sozinho nessas terras confusas e perigosas. Acho piada a maneira como concilias tudo, tanto estás a beber copos com os teus amigos internacionais (como ilustram as fotografias) como estás a visitar locais inimaginaveis e espectaculares. Só foi pena nao teres ido tomar um café com o Henrique Calisto, de certeza que ficavas com alguma imrpessao do futebol vietnamita! Enfim, muitos parabens por essa tua epopeia que contudo devia acabar em Moscovo... Grande abraço
Veiros.........
Muito bom. Fiquei com uma ideia muito mais real do que estás a ver...
Obrigado Luís por me lembrares dessa pequena povoação que dorme 24 horas por dia!!
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