quinta-feira, setembro 28, 2006

Entrada no fim do mundo

Após o desejado (hehehe) abandono dos meus discípulos, volto aos lotados autocarros tailandeses onde sou o único ocidental e o centro das atenções.
Dirijo-me para Hat Yai, terceira maior cidade do país e famoso entreposto comercial para com a vizinha Malásia. Nessa terra de forasteiros e criminosos fiquei por dois dias, nos quais voltei a comer McDonald´s (é mau, mas depois de dois meses sem ver o M mágico, torna-se gourmet); assisti a uma paixão e devoção para com o rei do país que jamais pensei poder existir (90% da população veste-se de amarelo e com o brasão monárquico); percebi que algumas influências inglesas ainda são seguidas, como conduzir pela direita; e fiquei enternecido com a entreajuda entre a população (apesar de ser cristã, muçulmana e chinesa) que leva a um "bem-estar" geral, não existindo pobreza nem sem-abrigos.
Seguindo mais para sul, dou por mim na estranha Malásia, onde me parece que de um dia para o outro o Mundo deu uma volta de 180º, girando da multi-religiosa Tailândia para a muçulmana Malásia. Já no autocarro tinha reparado que existiam demasiadas burkas, saris e rostos escuros, mas quando cheguei a Ipoh, pelas 18 horas, não pude acreditar onde me tinha enfiado. Sem tirar nem pôr, estava numa cidade industrial, escura e vazia. Tentando ser optimista, ainda pensei que poderiam estar todos a orar, ou mesmo que o Ramadão, este ano, tinha chegado mais cedo. Mas não, nesta terra, que já foi próspera e até tem o seu Taj Mahal, os seus habitantes abandonam o ofício e as ruas pelas 17 horas, dirigindo-se para casa, onde jantam e dormem.
Perguntam-me agora o porquê da minha peregrinação a este "fim do mundo". A razão de bastantes backpackers (apesar de não ter visto nenhum) por aqui pernoitarem é a sua localização, no sopé dos famosos Cameron Highlands, onde imperam plantações de chá, morangos e cactos; coloridas borboletas; e uma diferente selva (a 1500 metros de altitude) que permitem uma recordação dos idílicos cenários de "Alice no País das Maravilhas".
Apesar do isolamento tive alguns momentos engraçados, como quando descobri uma sala de jogos a 0.05€ cada, nos quais quase sai sempre derrotado, em consolas que datavam de 1992.
Na manhã seguinte voltei a mudar o meu itinerário, devido a uma noite mal dormida, onde vi o chelsea vencer ingloriamente o Werder Bremen e deslumbrei-me com a obra-prima de Caneira sobre Maicon e Toldo (felizmente tinha televisão no quarto, fazendo esta de minha companhia até ao final dos jogos por volta das 6h da manha). Na manhã seguinte, já sem possibilidade de ir acampar, decidi seguir directamente para a capital do país Kuala Lumpur.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

essa ironia fica te mal rapaz!!! todos sabemos as saudades e a falta que sentis te de nos ter do teu lado!!!
ps: já que nao fazes referencia, digo eu: neste blog estao fotos artísticas que foi o ulrich que tirou!!!!
espero k nos próximos dias atinjas os tão desejados 100%

3:24 da manhã  

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