terça-feira, agosto 22, 2006

Vietnam e o regresso ao idioma portugues






















Apesar de embalado pelo luar, mais uma vez nao consegui dormir no autocarro, chegando a fronteira estafado. Apos um lento pequeno-almoco onde fui abordado variadissimas vezes, para comprar/vender livros e moeda, tomo coragem e dirijo-me para o posto fronteirico, abandonando a grandiosa e tocante China.
Para nao variar, tal como tudo neste pais, a saida foi demorada e complicada. Nao sabem o que e Portugal; examinam todos os carimbos meticulosamente; pensam que o passaporte e falso; e acabam a fazer perguntas tontas, como quando e que eu nasci, para testar a minha identidade. Tudo isto para sair do pais, imaginem os formularios que tive de preencher para entrar.
Ja no Vietnam, apanho um autocarro para Sapa, vila encantadora e repleta de tradicoes. Os 38Km da subida da montanha, que deveriam ser feitos em hora e meia, prolongaram-se um pouco mais devido a um desabamento de terras que paralisou a estrada (algo que mais tarde vim a descobrir, acontece todos os dias).
A vila encontra-se sob o Fansipan, maior montanha do Vietnam, o que lhe garante cenarios idilicos, acompanhados pelos coloridos e habituais "terracos de arroz" onde os indigenas trabalham diariamente.
Alugo uma mota e vagueio pelas florais paisagens, ate que o clima me prega uma partida, comecando a chover, o que tornou as estradas lamacentas e perigosas. Apesar do doce sabor das gotas no corpo, nao tenho alternativa senao regressar a vila.
Preparado para abandonar Sapa na manha seguinte, em direccao a Hanoi, onde me encontraria com os meus proximos colegas de viagem, sinto que apesar da condicionante climaterica, usufrui o melhor que podia desta montanhosa regiao. Como mais tarde constatarei, apenas tinha tido o privilegio de a sentir e nao cheirar e conhecer como nos dias seguintes, ja na companhia de Joao Ulrich, Pedro Sabido e Jose Maria Correia de Barros.
Pelas 6.30h da manha de dia 10 de Agosto a minha odisseia e abalada pela entrada em cena destes tres personagens.
Por mais dois dias passeamos de mota pelas suas colinas; nadamos em rios de agua transparente e refrescante; visitamos imponentes cascatas; confraternizamos com as ja conhecidas Rocio e Silvia; fomos ludibriados pelas angelicais, sorridentes e atenciosas criancas da tribo de Cat Cat; e dialogamos horas a fio para voltar a por a conversa em dia.
Acima de tudo, creio que a chegada destes rapazes me permitiu ir mais longe em determinados momentos, como foi a interminavel viagem de 80Km em terra de ninguem, que me deixou no corpo, uma horrenda insolacao. Outras coisas se perdem, como a facilidade de contacto com estranhos, algo que e facilmente colmatado com a constante loucura e boa disposicao de Sabido.

1 Comments:

Blogger El-Gee said...

ja vejo ai umas carecas conhecidas!!

8:51 da manhã  

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