domingo, agosto 20, 2006

A amesterdizacao de Old Dali













Depois de mais uma maratona de 7 horas num autocarro chines, desta vez na companhia de Sergio, um viajado espanhol, chego a Dali, cidade/vila conhecida pela tolerancia e um dos poucos pontos de acesso ao Tibet por estrada.
Mais uma vez fui surpreendido, esperando uma pacata vila, tipo Yangshuo, deparo-me com uma ampla cidade, repleta de predios e carros. Por alguns instantes fiquei confuso, mas apos uma curta analise da minha Biblia, descobri que estavamos na cidade de Dali e nao em Old Dali, onde tudo e mais antigo, bonito e sossegado. Apanho mais um autocarro de 30 minutos e finalmente vejo as muralhas que rodeiam a carismatica cidade velha.
Envolvida por umas montanhas de 3500 metros de altura, a vila consegue parecer ainda mais pequena do que e. Com tres ruas essencialmente turisticas, onde a maioria passeia, as outras tem tendencia a ser esquecidas, o que e pena, pois e nelas que conseguimos absorver o modo de estar destes "pequenos indios" chineses.
Como nao tem grandes atraccoes turisticas para alem do cenario em si, as elementares 3 Pagodas, tomam o papel de "ex-libris", o que lhes permite cobrar uma entrada de 12 Euros por pessoa, algo verdadeiramente surreal tendo em conta a realidade onde nos encontramos. Assim sendo, elas sao muito bem ignoradas e trocadas por uma subida as montanhas, por precos justos.
Na companhia da energetica Kate, do filosofo Matt, de um casal holandes e das austriacas Petra e Teresa decido conquista-las. Como o farei? De um modo creativo, rupestre, tranquilo e que me fez lembrar a minha infancia, ou seja, a cavalo.
Foi um dia fantastico, no meio de uma vegetacao peculiar, numa constante boa disposicao e com cavalos bem admoestrados (tirando dois que eram loucos, nao podendo ser comandados e que chegaram a ferir os seus "tripulantes".
Para terminar em beleza, fui relaxar profundamente, atraves de uma massagem (normal e nao as muito badaladas por estas bandas) efectuada por um talentoso surdo-mudo.
No dia seguinte, o transporte utilizado foi a bicicleta, que e bastante mais cansativa, ainda mais com os 34 graus que se faziam sentir, mas que me permitiu percorrer a vila e seus arredores com uma enorme liberdade.
Foi num desses passeios, que finalemnte percebi o poder das velhas senhoras que dominam a cidade, passando os dias a abordar turistas com a caracteristica frase: "Hello my friend, do you wanna smoke some GANZA?". Circunscrevendo a vila, os campos de marijuana predominam, o que lhes permite obter uma felicidade constante, um bom salario e um status na sociedade.
Com toda esta tolerancia, as noites nao podiam ser calmas, com bares a fazer lembrar Amsterdam, onde o alcool, as drogas e a diversao imperavam.
Por estas bandas permaneci por dois dias, numa constante festa, gracas a maravilhosa companhia, a rica comida (ate Iaque experimentei) e a impar paisagem.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Depois de ter lido as primeiras impressões da tua viagem, tive que interromper porque não tinha internet no Algarve (muito mais subdesenvolvido do que essas terras em que estás...) Agora que estou em Sintra já li tudo e adorei!!! Continua a escrever porque o fazes muito bem e é muito divertido saber das tuas aventuras em terras estranhas. (cheira-me que não contas tudo...mas não faz mal que eu imagino!). Muitos bjs
Tia Xi

10:05 da tarde  
Blogger El-Gee said...

Lorena, como nao podia deixar de ser, o que mais me entusiasmou foi o massagista surdo-mudo. Imagino que tenhas aproveitado para reler algumas passagens de "O Cristianismo" enquanto as suas sábias mãos te rejuvenesciam. Fora isso, não preciso de repetir os elogios que as outras pessoas dizem, já que as minhas incessantes visitas aqui são provas mais do que suficientes do quanto prezo o teu blog.

9:56 da tarde  

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